Em nosso dia a dia somos marcados por perdas e ganhos, quedas e reinícios. Vivemos assim, cercados dessas realidades, mas, no fundo, nunca queremos fracassar. Pensar nas derrotas já nos causa arrepios, além de, muitas vezes, trazer lágrimas, sentimento de culpa, vontade de sumir.
Reduzir a felicidade somente aos “triunfos” da vida é um erro grave, pois fechamos o nosso olhar para nós mesmos, agimos como se fôssemos os autores de tudo e, indiretamente, tiramos Deus da “jogada”.
Saber o nosso lugar, o que somos diante das derrotas, faz toda a diferença! Ter a consciência de que a nossa felicidade não é pautada apenas pelo sucesso, que não somos o centro do mundo, que o fracasso pode ser o lugar privilegiado para o encontro com alguém maior do que nós, que a queda pode ser o início de um novo tempo, muda o rumo da nossa vida.
Quando Jesus foi crucificado, muitos dos que estavam ali, no calvário, tinham-no como derrotado, no entanto, na cruz, estava – ao mesmo tempo – nossa derrota e a vitória de Cristo sobre a morte.
Para o cristão a cruz (sofrimento) não é fracasso, e sim, certeza da vitória de um Deus que, unindo-se aos nossos fracassos, deu-nos a vida por amor. Isso faz e é toda a diferença! Compreender isso é o segredo para compreender a nós mesmos e alcançar felicidade, como afirmou o Beato João Paulo II, em sua Encíclica Redemptor hominis:
“O homem que quiser compreender-se a si mesmo profundamente — não apenas segundo imediatos, parciais, não raro superficiais e até mesmo só aparentes critérios e medidas do próprio ser — deve, com a sua inquietude, incerteza e também fraqueza e pecaminosidade, com a sua vida e com a sua morte, aproximar-se de Cristo. Ele deve, por assim dizer, entrar n’Ele com tudo o que é em si mesmo, deve apropriar-se e assimilar toda a realidade da Encarnação e da Redenção, para se encontrar a si mesmo”. (RH 10)
Portanto, quando compreendemos que o sentido do nosso dia a dia não é um balanço entre as perdas e ganhos, quedas e reinícios, abrimos toda a nossa vida para o encontro verdadeiro com Jesus, nosso Redentor. Aprendemos que o Senhor, no mistério de Sua Paixão, Morte e Ressurreição, assumiu para Si todas as nossas vitórias e fracassos, dando-nos em Sua vida um sentido pleno para nossas escolhas.
O fracassado é, portanto, aquele que não assumiu Jesus como o centro de sua história!
Nós cristãos, portanto, não somos inumes aos fracassos do dia a dia, mas sim chamados para ir além das quedas, reconhecendo em Jesus Cristo uma via de recomeço, cientes de que Ele assumiu para Si todo o nosso fracasso.
Coragem! Não fique parado fazendo os cálculos do fracasso, chorando as lágrimas da derrota, recomece dirigindo-se a Ele, pois quando temos a certeza de que somos homens sujeitos a fracassos, mas não fracassados, alcançamos a graça da felicidade.
Redirecione a sua vida em busca do imperecível, do troféu daqueles que, apesar de fracassarem em alguns momentos do dia, jamais se tornam fracassados.
Ricardo Gaiotti
Advogado, missionário da Canção Nova
ricardo@geracaophn.com
Advogado, missionário da Canção Nova
ricardo@geracaophn.com
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