terça-feira, 27 de novembro de 2012

Terra Santa: Compreenda os costumes da época de Jesus


Para entender as parábolas ditas por Jesus, nas Sagradas Escrituras, é preciso, muitas vezes, compreender os costumes da época e a forma como as pessoas viviam. Assim, leia a explicação do guia turístico Amer Nicola, em  Nazareth Vilage, na segunda reportagem especial enviada pela missionária Cris Henrique na Terra Santa.
Amer – “É um campo de arado. A terra é preparada, no início do inverno, para receber as primeiras chuvas. A maneira de arar a terra é uma reprodução de como se fazia na época de Cristo. Podemos usar dois burros ou apenas um, mas este método é para dois animais, que podem ser burros, vacas, ou bois”.
É proibido, conforme a lei do Antigo Testamento, arar a terra usando dois animais diferentes, como um burro e um boi, por exemplo, porque um animal é mais forte que o outro, então o peso acaba ficando sobre um deles: o mais fraco. Então, precisamos arar somente utilizando animais da mesma espécie.
Amer- “Esta peça que vemos entre os dois animais chamamos de jugo. O jugo sobre o pescoço do animal é usado para manter a ferramenta do arado bem fixa a ele. Esse jugo é muito pesado, por isso colocamos uma espécie de travesseiro para proteger seu pescoço. Jesus, em uma de Suas palavras, disse: «Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.» – Mateus 11:29-30
O agricultor tem sempre de olhar para o meio, entre as duas peças de madeira, para que ele consiga sempre obter linhas retas, porque se ele não prestar atenção e ficar olhando para trás ou para os lados, as linhas virarão uma bagunça, não terá adiantado nada todo o trabalho feito. Por isso Jesus disse certa vez : “Aquele que põe a mão no arado e olha para trás não é digno de mim”.
Amer – “Eu creio que todos esses exemplos eram tirados do dia a dia daquela época. Esta era uma forma de as pessoas saberem o que Ele queria dizer, porque era algo que fazia parte do cotidiano delas”.
Neste cercado, temos as ovelhas e os cabritos, eles tem hábitos um pouco diferentes.
Amer- “Os cabritos são problemáticos, pois dificultam o trabalho do pastor. Correm para todos os lugares, tentam subir nas árvores, nas colinas. Já as ovelhas facilmente seguem a voz do pastor. Vale contar também que tanto as ovelhas como os cabritos contribuem com o leite e a carne. As ovelhas eram e são tosquiadas todos os anos para a retirada da lã, elas são preparadas na casa de tecelagem”.
Esta é uma carpintaria muito parecida com a que José e Jesus trabalhavam.
Amir – “Nós fazemos, aqui, exatamente uma reprodução das mesmas ferramentas utilizadas na época de Cristo, a mesma forma de trabalho. Os carpinteiros do primeiro século não trabalhavam apenas com madeira, mas também com pedras. Eles eram um tipo de pedreiro. A palavra que está escrita na Bíblia para descrever a profissão de José e Jesus vem do grego Tekton, que quer dizer o construtor ou pedreiro.
Nossa terra é de pedras, não de madeira, pois não temos muitas florestas. Por isso o carpinteiro tinha de ter o conhecimento não só da madeira, mas também da pedra em seu trabalho”.
Algo muito curioso naquele período era a forma de dar cor à lã.
Amer- “A tecelagem é um processo longo; primeiro, porque a lã precisa ser tosquiada da ovelha, e isso acontece no início do verão. A lã precisa ser lavada, depois desfiada e, por fim, separada dos fios, a fim de que fiquem mais macios”.
Em seguida, vem o tingimento. Era muito comum usar as camadas de cebola para se ter uma cor meio alaranjada. Já o vermelho era retirado da casca da romã. Das cascas das amêndoas obtém-se um tipo de marrom; já as cores azul, roxo e púrpura eram caras, somente a realeza e pessoas ricas usavam-nas, pois eram retiradas das conchas. Por isso Jesus, quando estava a caminho da cruz, foi zombado pelos soldados, os quais O cobriram com um manto púrpura, símbolo da realeza.
Nossa estadia em Nazaré Village é encerrada com a visita à réplica de uma sinagoga do tempo de Jesus. A sinagoga, no primeiro século, não era usada somente como um local religioso, mas era, primordialmente, utilizado como um local de encontro, de reunião.
Amer – “Sabemos que Jesus,  no dia de sábado, entrou numa sinagoga, pegou o rolo sagrado, abriu-o e leu Isaías: ‘O espírito do Senhor Deus está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os conflitos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos”.
Ele enrolou novamente o rolo e se assentou. Todas as pessoas, na sinagoga, O olhavam atentamente, porque Ele havia dito que essa passagem da escritura havia se concretizado naquele momento. Significando que Ele era a pessoa a que aquela Escritura se referia a Ele. Eu sou o Messias.
É importante ressaltar que aquela era uma comunidade judaica. Eles queriam se livrar dos pagãos, dos romanos que dominavam a região, queriam um ‘Messias’ que viesse salvá-los da dominação romana.
Amer- “Quando Jesus disse aquilo, eles entenderam que o ministério de Jesus era para a salvação de todos, judeus e não judeus. É claro que eles não gostaram de ouvir aquilo, por isso trataram-No como um blasfemo. Por isso deveria ser apedrejado e conduzido para fora da sinagoga, rumo a um precipício, a fim de que lá fosse jogado.”
A Palavra de Deus não se esgota e temos um longo caminho a percorrer no conhecimento da Boa Nova. Vamos, então, continuar nesta estrada, e sempre que tivermos novidades, aqui da Terra Santa, teremos uma imensa alegria em partilhar com vocês.

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