terça-feira, 14 de agosto de 2012

Vocação: caminho de realização e salvação


Que sentido tem falar de vocação em nosso tempo, em dias tão marcados pelo materialismo, pelo egoísmo e pela falta de amor?
Ontem, dia 12 de agosto, foram ordenados sacerdotes da Igreja Católica os diáconos Egídio Pereira da Silva e Eder Pires de Brito. Na mesma celebração, foram também ordenados três diáconos permanentes para o serviço da Igreja. O presidente da celebração foi Dom Benedito Beni dos Santos, bispo da diocese de Lorena (SP).
Nos tempos em que vivemos, o que leva duas pessoas a entregar sua vida ao ministério sacerdotal? E qual é a motivação desses três diáconos – um deles celibatário e os outros dois casados – para se dedicarem, livremente, ao serviço da Igreja e da caridade? Refletir sobre estas questões é significativo, visto que, no dia de ontem, 12 de agosto [mês dedicado às vocações], comemoramos o Dia dos Pais.
Duas vidas que se encontraram com o Autor da vida; dois sacerdotes que decidiram amar a Deus com o coração indiviso; duas histórias que se encontram num mesmo ministério. Estes homens encontraram, no sacerdócio, um caminho de realização e de salvação para suas vidas. Mas como pode haver tal realização renunciando ao casamento e a tudo que o mundo tem para lhes oferecer? Só há uma resposta a essa questão: é possível a realização plena na vocação sacerdotal, pois esta é uma entrega de amor, um entrega total a Deus e ao próximo, por isso o sacerdote é capaz de se dedicar mais ao Senhor do que em outro vocação.
Quanto às vocações do diaconato, o que levou esses três homens a trilhar um caminho tão difícil, a abrir mão de sua liberdade para servir a Igreja? O que motiva dois diáconos, ambos casados, a deixar o aconchego de seu lar, de sua família, para dedicar-se à caridade? O que leva o outro, diácono com voto de celibato, a renunciar ao casamento e dedicar-se inteiramente ao serviço de Deus? Estes três homens decidiram assumir sua vocação, porque viram, também no serviço a Jesus Cristo e à Igreja, um caminho de realização e de salvação para suas vidas.
Em seu discurso, o agora padre Eder Pires disse ser significativo para ele que a celebração [de sua ordenação] tenha sido realizada no Dia dos Pais, pois, no sacerdócio, ele poderá ser pai espiritual de muitos. Esta paternidade é o que muitos de nós precisam para refletir sobre as vocações. Neste mês vocacional, não podemos ficar indiferentes, pois a Palavra de Deus nos diz: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua colheita” (Lc 10, 2).
Oremos pelas vocações sacerdotais, religiosas e também pela dos leigos que tanto têm contribuído para o serviço eclesial. Motivemos as pessoas a assumir suas vocações e as ajudemos naquilo que nos for possível. O mais importante: abramos nosso coração para a vocação que o Senhor nos chama. Nesse mundo marcado pelo sofrimento e pela angústia humana, é impossível que Deus esteja alheio a tudo isso e não tenha chamado muitos para o Seu serviço, para doar-se por amor a Ele e aos irmãos.
Como Cristo amou a Igreja e deu a vida por ela, nós cristãos somos chamados também a dar a vida por ela numa doação de amor em nossa vocação. Cada padre, diácono, religioso, cada cristão que se entrega ao seu chamado realiza a linda vocação de amor, cuja missão é dar a vida por Jesus e pela Igreja. A vocação é o caminho de vivência mais radical do Evangelho, o qual leva o cristão à realização e, ao mesmo tempo, é caminho de salvação, de eternidade.

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