domingo, 5 de fevereiro de 2012

04/02/2012


Primeira leitura (1º Reis 3,4-13)


Sábado, 4 de Fevereiro de 2012
4ª Semana Comum


Leitura do Primeiro Livro dos Reis.

Naqueles dias, 4o rei Salomão foi a Gabaon para oferecer um sacrifício, porque esse era o lugar alto mais importante. Salomão ofereceu mil holocaustos naquele altar.
5Em Gabaon, o Senhor apareceu a Salomão, em sonho, durante a noite, e lhe disse: “Pede o que desejas e eu to darei”. 6Salomão respondeu: “Tu mostraste grande benevolência para com teu servo Davi, meu pai, porque ele andou na tua presença com sinceridade, justiça e retidão de coração para contigo. Tu lhe conservaste esta grande benevolência, e lhe deste um filho que hoje ocupa o seu trono.
7Portanto, Senhor meu Deus, tu fizeste reinar o teu servo em lugar de Davi, meu pai. Mas eu não passo de um adolescente, que não sabe ainda como governar. 8Além disso, teu servo está no meio do teu povo eleito, povo tão numeroso que não se pode contar ou calcular. 9Dá, pois, a teu servo, um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal. Do contrário, quem poderá governar este teu povo tão numeroso?” 10Esta oração de Salomão agradou ao Senhor. 11E Deus disse a Salomão: “Já que pediste estes dons e não pediste para ti longos anos de vida, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos, mas sim sabedoria para praticar a justiça, 12vou satisfazer o teu pedido; dou-te um coração sábio e inteligente, como nunca houve outro igual antes de ti.13Mas dou-te também o que não pediste, tanta riqueza e tanta glória como jamais haverá entre os reis, durante toda a tua vida.


- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Salmo (Salmos 118)


Sábado, 4 de Fevereiro de 2012
4ª Semana Comum

— Ó Senhor, ensinai-me os vossos mandamentos!
— Ó Senhor, ensinai-me os vossos mandamentos!

— Como um jovem poderá ter a vida pura? Observando, ó Senhor, vossa palavra.
— De todo coração eu vos procuro, não deixeis que eu abandone a vossa lei!
— Conservei no coração vossas palavras, a fim de que eu não peque contra vós.
— Ó Senhor, vós sois bendito para sempre; os vossos mandamentos ensinai-me!
— Com meus lábios, ó Senhor, eu enumero os decretos que ditou a vossa boca.
— Seguindo vossa lei me rejubilo muito mais do que em todas as riquezas.


Evangelho (Marcos 6,30-34)


Sábado, 4 de Fevereiro de 2012
4ª Semana Comum

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 30os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. 31Ele lhes disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer. 32Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. 33Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé, e chegaram lá antes deles. 34Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Não seja ‘burocrata do sagrado’, mas propagador da compaixão do Pai


Postado por: homilia

fevereiro 4th, 2012

Pegando a frase do Evangelho “a multidão estava como que ovelhas sem pastor”, Jesus atrai para si o título de Pastor. Este atributo recebe a sua justificação na observação do evangelista ao interpretar os sentimentos do coração do Senhor: vendo as multidões que O seguiam, Jesus se compadeceu delas, teve compaixão.
Mestre, desde o início da Sua missão, Jesus convida os discípulos – e a todos nós! – a manifestar aos homens o amor de Deus por eles.
Em poucas linhas, podemos ter o quadro da vida de Jesus Nazareno com os apóstolos e a multidão do povo: a intimidade do Senhor com o grupo dos Doze visando à formação destes, a atividade intensa da vida pública de Jesus e dos apóstolos, o entusiasmo do povo pelo Senhor, a Sua disponibilidade apesar da fadiga, por fim, os sentimentos profundos de Jesus diante desse povo errante e sedento de Deus. É assim que Deus olha para mim e para você, bem como para toda a sua família e os homens no mundo inteiro. Deus deseja e quer que todos O procuremos: “Havia ali tanta gente, chegando e saindo“.
Embora com o desejo e a vontade de atender a todos, Jesus, juntamente com os apóstolos, ressalta a necessidade de um descanso, após as tarefas apostólicas. Para dizer que também o missionário precisa de descanso. Um tempo de retiro, de recuperação das energias, de intimidade com Deus. Foi por isso que, quando os discípulos voltam empolgados com os resultados da missão, a primeira reação do Mestre é convidá-los para uma retirada, para que refaçam as forças.
Jesus tem critérios que não correspondem ao grande critério da sociedade nossa: o da eficácia. Para Ele, os apóstolos não eram “máquinas”, mas, em primeiro lugar, pessoas humanas que necessitavam ser tratadas como tais.
O trabalho – mesmo o trabalho missionário – não é absoluto. Jesus reconhece a necessidade de um equilíbrio entre todos os aspectos da vivência humana. Aqui há uma lição para muitos cristãos engajados hoje: embora devamos nos dedicar ao máximo no apostolado, não devemos descuidar da nossa vida particular, da nossa saúde, do cultivo de valores espirituais e do relacionamento afetivo com os outros. Caso contrário, estaremos esgotados em pouco tempo, meras “máquinas” ou “funcionários” do sagrado, que não mostram ao mundo o rosto compassivo do Pai, mas que por dentro são “ocos”!
O texto ressalta a compaixão de Jesus para com o povo com uma característica específica: era um povo muito sofrido, rejeitado e desprezado pelos chefes político-religiosos da época. Diante de tal cenário, muitas vezes, Cristo nem tinha tempo para comer. E quando Ele se retirava, o povo ia atrás d’Ele.
O que atraía tanta gente? Com certeza, não foi em primeiro lugar a doutrina, nem os milagres, mas o fato de irradiar compaixão, de demonstrar duma maneira concreta o amor compassivo de Deus. Jesus não teve “pena” do povo, não teve “dó” dos sofridos. Teve “compaixão” das pessoas, literalmente, sofria junto com elas, e tinha uma empatia com os sofredores, a qual se transformava numa solidariedade afetiva e efetiva.
Este traço da personalidade de Jesus desafia a Igreja e os seus ministros hoje, para que não sejam “burocratas do sagrado”, mas irradiadores da compaixão do Pai.
Infelizmente, muitas vezes, as nossas igrejas mais parecem repartições públicas do que lugares do encontro com a comunidade que acredita no amor misericordioso de Deus e na compaixão de Jesus! A frieza humana frequentemente marca as nossas atitudes, pregações e cuidado pastoral. Num mundo que exclui, que marginaliza e que só valoriza quem consome e produz, o texto de hoje nos desafia a nos assemelharmos cada vez mais a Cristo, irradiando compaixão diante das multidões que hoje – mais do que nunca! – estão como que ovelhas sem pastor.
Padre Bantu Mendonça

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